O ligamento cruzado anterior localiza-se no interior do joelho, se originando no fêmur e inserindo-se na tíbia. Sua principal função ao cruzar o joelho é estabilizar esta articulação.
A correlação entre o ligamento cruzado anterior e o futebol é marcante.
O futebol é o campeão nas estatísticas das lesões do ligamento cruzado anterior em nosso país.
No futebol estamos expostos a movimentos de rotação e contato freqüentes. Este é o principal mecanismo de lesão, originando os entorses articulares que levam os atletas aos consultórios especializados.
O aumento da prática deste esporte por mulheres e crianças, de forma competitiva, têm aumentado a incidência desta lesão esportiva.
Dor intensa, sensação de falseio, estalido audível, inchaço e dificuldade ao apoiar o peso do corpo são sintomas típicos de quem sofre lesão do ligamento cruzado anterior.
São raras as lesões ortopédicas de indicação exclusivamente cirúrgica, e a ruptura do ligamento cruzado anterior é uma delas.
Por sua característica intra-articular e anatomia peculiar, a cicatrização de um ligamento cruzado rompido normalmente é ineficaz.
A tentativa de retornar ao futebol ou mesmo um simples movimento de rotação poderá provocar um novo entorse nos que sofrem com a insuficiência deste ligamento.
Repetidos entorses aumentam de forma significativa o risco de lesões associadas, sobretudo dos meniscos e da cartilagem, comprometendo o resultado do tratamento.
O diagnóstico desta lesão esportiva é simples com a associação da história com testes clínicos bem conhecidos para se avaliar a estabilidade articular, como o teste de Lachman.
Para confirmação da lesão e investigação de lesões associadas é imprescindível as imagens de ressonância magnética, que nos ajudarão na programação do tratamento.
A técnica de reconstrução do ligamento cruzado anterior evoluiu muito nos últimos trinta anos com o advento da técnica artroscópica, na qual realizamos a cirurgia com auxílio de instrumentos que evitam a necessidade de abrir a articulação para sua reconstrução.
Na técnica cirúrgica, substituímos o ligamento rompido por um enxerto, que é normalmente um tendão retirado do próprio paciente. Colocamos este tendão no lugar do ligamento prévio e este irá, com o tempo, transformar-se em “novo ligamento” com características semelhantes ao original.
O tempo necessário para o tendão transformar-se em ligamento é relativamente longo e requer prudência. Os índices de re-ruptura chegam a 8%.
Oito meses e condicionamento muscular adequado são necessários para recuperação plena e o retorno à prática esportiva competitiva.